quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ninguém nasce (nem fica) do jeito que é...


Queria discorrer hoje exatamente sobre o título dessa postagem. Eu sei que parece um pouco tosco ou óbvio, mas acho importante pontuar algumas coisas, da forma como leio o ser humano.

Primeiro acredito que poucas coisas desse ser são inatas, segundo meus pensadores queridos, poucas coisas ficam e muitas se "perdem", desde o nascimento, na verdade ficam escondidinhas em algum lugar de nós e só as usamos se muito mesmo, necessitarmos.

Dentro desse ponto de vista, hoje posso afirmar com convicção que sou a favor da teoria do interacionismo, sei que querendo ou não passamos por esse processo, que antes, sem saber conceituar chamava vulgarmente de metamorfose ambulante. E era exatamente mesmo pensando na música do Raul Seixas, porque depois que ele preferia ser a metamorfose ambulante, dizia: "Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Vida vai, vida vem, ano passado pensei em uma frase, que arrematava o meu gostar tanto da música e a explicação que se encaixava perfeitamente ao meu conceito: "Não tenho medo de mudar de opinião, porque não tenho medo de assumir que penso".

Bom, agora voltando ao título, quero falar em como por diversas vezes usamos de explicações momentâneas (ou oportunas) para nos descrever, porém, nem nós mesmos sabemos nos colocar no mundo. Estamos sempre em transformação, estamos sempre interagindo com diversas pessoas, que deixam um pouco delas, levam um pouco de nós (clichê pra cacete), mas é isso! Difícil dizer que algo é inato, que agimos de uma forma ou de outra, porque sempre fomos daquela forma. Me desculpe! Comigo essa desculpa não cola.

Posso entender que naquele momento foi oportuno a resposta ou a única que tivesse a dar, mas explicar situações com sentimentos que você julga serem inatos, não concordo! Quando buscamos esse tipo de explicação, talvez alimentamos um sentimento que não gostamos de assumi-lo, porque o nome não agrada ou pelo fato, de que admitir situações que não nos elevam o ego, em nada nos faz bem.

Esse sentimento é o RANCOR! Alimentar situações por anos, explicar-se ou autogerir-se através desse sentimento, pode até camuflar ou otimizar uma situação atual, mas pode ocasionar decisões para uma vida toda.

Como também não sou (nem tenho a pretensão de ser) do jeito que nasci, hoje amanheci esperançosa e, digo com propriedade que o me alegra dentro desse sentimento que talvez seja de "autodestruição" (o rancor), possa ser transformado, construído, modificado, até um dia que novas interações, ele se vá, pra bem longe, tornando o ser humano cada dia melhor e diferente do jeito que nasceu e que um dia foi.


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