segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

MEDO!

O medo, em algumas ocasiões, ultrapassam o sentimento de adrenalina, chegando a sensações psicossomáticas. Em um outro momento, já escrevei aqui nesse espaço sobre meus medos.


A sociedade contemporânea engendra esses medos em nós para que possamos ficar a cada dia dependentes dela. Não bastasse isso, ainda somos assombrados por desgraças naturais ou "artificiais" que nos prendem dentro de casa. Temos medo de:

1. Sair na rua e ser assaltados
2. Levar uma bala perdida
3. Sofrer um acidente de trânsito



Hoje foi o dia que toda a rede social se sensibilizou e prestou suas homenagens aos universitários de Santa Maria. Não era pra menos, afinal foram 244 vidas (por enquanto) que se foram muito perversamente. Aí começou a discussão via redes sociais e na mídia, como sempre, procurando um culpado para a situação.

Ora, foi o sem noção da banda que acendeu um sinalizador, acredito que como em outros shows, mas que nunca dera errado. Ora, com os seguranças que impediam a passagem dos jovens que já estavam desesperados, mas que ainda não haviam pago a comanda. E na minha singela opinião, talvez eles nem soubessem o que estava acontecendo. Ora, foi o dono da boate com um espaço e documentações irregulares.

O caso é que isso nos causa medo! Medo de ir para uma balada, de sair com os amigos, de confiar em seguranças, de querer assistir shows de bandas. Medo de ser bombeiro e ver o celular de uma pessoa morta tocando, onde o parente quer saber notícias. Medo de ser um telespectador que assiste a tudo na televisão.

É claro que tragédias como as de hoje sensibilizam a todos, mas eu sinto uma tristeza profunda quando penso que só causou toda essa mobilização com diversos posts e comentários, porque foi algo televisionado. Não me entendam mal, não estou dizendo que não deveria ter tido a repercussão que teve, mas infelizmente, me preocupa a forma como nos sensibilizamos a partir do sensacionalismo.



Algumas pessoas, inclusive amigos meus compartilharam coisas tocantes sobre a tragédia de Santa Maria, mas pouco se importaram com as mortes dos indígenas Guaranis-Kaiowás e, isso é só um exemplo diante de outras tragédias.

Antes que eu terminasse o texto de hoje ainda tive que me deparar com alguns "religiosos" que foram muito infelizes quando mencionaram que se esses universitários estivessem na igreja, o "diabo" não os teria levado. Muita falta do que fazer, não!

Meu medo hoje não gira em torno da balada que eu irei, dos amigos que poderei perder, de um assalto ou de alguma doença ruim que me acometa. Hoje o meu maior medo é da influência que o ser humano está recebendo, do qual é ponto de partida para suas emoções. Devemos sentir e viver o mundo conforme os nossos sentidos, como nos relacionamos... Quando vejo que a mídia fala mais alto para sensibilizar a todos, aí sim, sinto minha pele trêmula de tanto medo!


Um comentário:

  1. Lindo o texto e uma triste e real observação de nossa sociedade atual, me sinto exatamente da mesma forma em relação a maneira que a repercurti situações como essa...

    Felipe

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