segunda-feira, 27 de maio de 2013

Epígrafe

Bom, depois de algum tempo dentro dos mofos do armário da minha loucura decidi sair.
Cheia de poeira, dedos apontados para mim, coisas a fazer, decisões para tomar e uma monografia (ou 95% dela) para escrever.

Já tenho um título, um projeto, as definições e objetivos dos capítulos. Tenho gente pra me ajudar, uma orientadora que é a coisa mais fofa do mundo, cinco páginas escritas e pré aprovadas. Minha bibliografia está em dia, as obras definidas, os pensadores também. E apesar de parecer uma lista completamente grande, em miúdos, eu ainda não tenho "porra" nenhuma. 

Queria algo que me instigasse, me alavancasse, me preparasse a sair da inércia. Foi de um homem de nome simples, quiçá ainda o conheça. RUBEM ALVES!
Foi ele... Quem me motivou, moveu, impulsionou a querer continuar. Foi também Paulo Freire, mas desse falaremos depois.

Hoje, enquanto procurava uma imagem para colocar nas escritas para meus professores me deparei com uma frase cheia de contexto, esperança... O engraçado é que eu falava dele semanas atrás e, ele me volta essa semana com a corda toda. Confesso que a imagem foi uma das mais mau feitas que já vi, mas essa realmente era desnecessária perto da grandiosidade e genialidade da frase descrita. Se encaixa perfeitamente no contexto do meu tema (esse colocarei dias a frente!):

Imagem do blog espacoeducar-liza.blogspot.com 

Como disse acima, a frase por si só já era muito boa, mas conhecendo pouco o Rubem, mas já sentindo sua essência e intensidade, fui buscar... Na verdade, eu queria o texto todo sob meus olhos, entrando nas veias da minha retina, entrando, penetrando em meu cérebro, enfim... ENCONTREI!!!
Estava lá, acesso total... O governo dá acesso a uma boa cultura sim!, basta procurar...
Acho muito digno compartilhar com todos vocês, além de mostrar a referência, pois há muito mais conteúdo. O fato é que agora já tenho além dos outros itens, uma epígrafe bem caricata para a minha monografia (acompanhe o texto na íntegra, com destaque para a epígrafe da monografia):

Primeiro a magia da história, depois a magia do bê-á-bá

Se fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.

Levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; levaria a livrarias, para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical.

A experiência da beleza tem de vir antes.

Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia.

Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em histórias. É assim. É muito simples.

Rubem Alves é educador, teólogo, psicanalista e escritor.




São coisas, quiçá escolhas certas, tomando seu rumo certo! À caminho da escrita!

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