quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ausência Poética

Caso exista destino, força maior, conspiração e coisas do gênero para determinar e explicar algumas coisas que nos acontecem, com certeza, deve ter pousado sobre mim.

Loguei meu blog.
Pensei em um texto.
Queria falar sobre a falta da poesia na vida das pessoas.
Queria dizer que essa é imprescindível para mim.
Coloquei no google.
Coloquei o título da minha postagem.
Não encontrei nada relacionado ao tema.
Exceto o próprio tema.
Vinícius me presenteou com uma poesia chamada AUSÊNCIA!
Não é a poética.
É amorosa.
É de alguém que encontrou outrem, mas permanece.
Porque memórias não se apagam.
Poesias não se apagam.
Portanto, viva sua poesia!
Ela se eterniza!

Obrigada viva! Obrigada sensibilidade! Obrigada interações sociais! Vocês fizeram de mim o que sou hoje...

Ausência - Vinícius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces 
Porque nada te poderei dar 
senão a mágoa de me veres eternamente exausto 
No entanto a tua presença 
é qualquer coisa como a luz e a vida 
E eu sinto que em meu gesto 
existe o teu gesto e em minha voz a tua voz 
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado 
Quero só que surjas em mim 
como a fé nos desesperados 
Para que eu possa levar 
uma gota de orvalho 
nesta terra amaldiçoada 
Que ficou sobre a minha carne 
como nódoa do passado 
Eu deixarei... 
tu irás e encostarás a tua face em outra face 
Teus dedos enlaçarão outros dedos 
e tu desabrocharás para a madrugada. 
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, 
porque eu fui o grande íntimo da noite. 
Porque eu encostei minha face na face da noite 
e ouvi a tua fala amorosa. 
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa 
suspensos no espaço. 
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. 
Eu ficarei só 
como os veleiros nos pontos silenciosos. 
Mas eu te possuirei como ninguém 
porque poderei partir. 
E todas as lamentações do mar, 
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, 
a tua voz ausente, 
a tua voz serenizada.

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