quinta-feira, 11 de julho de 2013

O protesto das crianças

Incrível como algumas pessoas insistem em nos tratar como crianças!

O pior não é admitir isso!
Na verdade o pior é sentir que às vezes, também fazemos isso em algumas situações com as pessoas.

Basta parar e refletir um pouco...
Provavelmente sentirá que ou em seu trabalho, casa, amigos, relação afetiva, insistem em tratar-lhe como criança:

1. Não faça isso!
2. Não conte comigo!
3. Já te falei que não deve fazer desse jeito!
4. Não gosto que use essa roupa!
5. Esqueceu o horário?

Relacionar algumas dessas ou outras situações com o tratamento que se dá às crianças pode até parecer pouco ousado ou dentro do mesmo raciocínio, também infantilizado, mas se você já ouviu algumas dessas frases, colocando a entonação bem imperativa que os pontos de exclamação dispõem, você me entenderá e muito...

O que realmente me intriga é: POR QUE AINDA TRATAMOS NOSSAS CRIANÇAS DESSA FORMA???

Reclamações, protestos, greves e outras manifestações de melhorias poderiam ser evitadas, se lá na gênese da construção de nossos pequenos cidadãos já houvesse uma relação respeitosa, visando já essas abonadas condições.

Pensei isso hoje enquanto tomava um café com um amigo.
Cheguei em casa, comecei a leitura de um livro e PIMBA!!!
O autor disse exatamente e LINDAMENTE o que eu provavelmente não conseguiria fazer sozinha.

Para quem ainda não o conhece, com licença, deixe-me apresentar-lhes RUBEM ALVES!
No livro A ALEGRIA DE ENSINAR, 14ª Edição, 2012, Papirus, o escritor fala sem ter medo sobre como colocamos essa relação: O DETENTOR DO SABER (adulto, destacando, claro o professor) x A CRIANÇA (aquela tábula rasa que nada sabe).

Falando sobre a brincadeira Boca de Forno, Rubem Alves, diz que queremos crianças que somente reproduzam as maneiras dos comportamentos adultos. Dentre toda a analogia feita pelo escritor, vou compartilhar um parágrafo que grifei como SEN-SA-CIO-NAL em meu livro:

"Acho que a educação frequentemente cria antas: pessoas que não se atrevem a sair das trilhas aprendidas, por medo da onça. De suas trilhas sabem tudo, os mínimos detalhes, especialistas. Mas o resto da floresta permanece desconhecido". (ALVES, 2012, p. 31).

Pra finalizar (e essas palavras são minhas): Acredite, quando você ouve uma criança descobre que ela tem muito a dizer!

Mesmo que o tempo me desse a oportunidade de retornar a ser criança, ainda assim não poderia nada fazer, mas sendo adulta e educadora, pretendo sim, lutar pelo direito do protesto das crianças, respeitando seu tempo, obedecendo ao seu bem desenvolver e permitindo que ela erre, descobrindo novos acertos...

Colaborando aos poucos com as crianças e mostrando esse caminho aos adultos, faremos muito pela infância e sobretudo, pela sociedade em geral!!!



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